sábado, 28 de janeiro de 2012

Põe o título, pula uma linha, parágrafo... Agora escreve a dor.

Desesperar a dor é liberar o próprio espasmo minuciosamente enjaulado. É buscar esse contorcer-se dentro de si.
O sangue que escorrerá será negro (que vem direto da alma). A escuridão será expulsa para que, enfim, a luz possa entrar. A casa estará aberta para as idéias, para as visitas e para os novos anseios. O corpo se recuperará das feridas (apesar de dolorido por tempos) e aprenderá a conviver com as marcas. Novas surgirão. Novas serão escritas com a mesma cor sobre as antigas; a fonte mudará. Um novo céu se aproximará e então vai depender só de você decidir se será azul, ou se será escuridão. De qualquer modo, sempre haverá um Sol. E sempre haverá uma Lua. E de qualquer modo, nunca saberemos qual será melhor antes de vivê-los. Acentuar a dor é dar reticências ao desespero e nestes casos me antecipo: escrevo no escuro para que a escuridão me cegue e que nenhuma outra cor me surpreenda. Já não me sei.

Escreveremos sobre coisas que não entendemos e quando entendermos não poderão mais serem ditas por nós.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Eu tento não perder – do meu jeito torto, mas eu tento.

 Esses momentos tristes parecem ser os momentos em que mais aparecem tristezas; nos filmes, nas músicas, nos confins. Parece que, indiretamente, eu procuro essa tristeza maior. Algo que possa fazer da minha tristeza algo irrelevante; pequena; que faça sumir. Sei que é o reverso; que a dor vai aumentar ainda mais... E a solidão. A solidão eu vou tentando levar com o sorriso no rosto (você sabe bem como é), e vou levando nessa minha escuridão. (Nessa escuridão que todos nós vivemos.)

Perdi.