quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mais uma vez, sem data pra voltar.

Olhar pra página em branco e sentir medo do que esta por vir. Sinto-me perdido e penso que, ao completar a página estarei ainda mais – na verdade, escrever concede a mim a aceitação de estar perdido. Parece que à medida que escrevo vou me empurrando para dentro desse labirinto que sou. Estou tão dolorido pelas forças que me apedrejam e me sufocam. Estar perdido tendo como companhia a solidão; vou vivendo sem propósito. Sou um mártir desvairado com uma folha à mão tentando não me perder num labirinto que já sou parte. Só queria poder me encontrar e encontrar aos outros pra deixar de ser só. Tenho tantos mas ninguém me é. Quero aqueles que possam me ser. Sem dor.

Sem cor. Tão novo, tão perdido, tão sozinho, tão.  A vida e seus maus momentos eternos que me assombram e me vivem. A solidão me acolheu e como um, éramos – mas agora, depois de tanto tempo, não quero mais. Cansei de ser só; não aguento. Mas ainda não sei lidar; com as coisas, com as pessoas, com os fatos. Eu afasto quem se dá; fecho-me pro mundo e me recuso a ser deles. E não sei como não ser só sendo como eu sou. Nasci pra ser sozinho, essa é a minha bagagem. Estou cansado.

E o mais pesado é não poder deixar toda a dor transparecer.
Continuo fazendo o que sei que me fará sangrar.
Apago meus medos,
Minhas dores,
Minhas fraquezas.
Estou partindo mais uma vez, sem data pra voltar.