sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Perde-se, mas continua (na ausência).


Ela fraquejou, sua mão, indecisa, se perdeu.” Mario de Andrade.

No mais ínfimo sentimento obscuramente, encontro um medo – um novo que já se tornou velho. Perder o controle de poder criar, com minhas mãos, a arte que me conforta. A fórmula do remédio que desconheço (mas conheço); perco-a no medo. Perco-me, como Anita se perdeu – embora, fomos nós que perdemos Anita Malfatti. É só quando você precisa mudar de direção que você percebe que não está no controle; é realmente quando você precisa de algo que você descobre que não é dono daquilo que pensa que te pertence. 

Vá e inspira-te no mais precioso brilho de vida, mas volta... Volta com uma nova esperança para ensinar-me; ensina-me como é acreditar.” 

O medo, o ausente, a indecisão, os meus desconhecidos que mal me conhecem e moram em mim. Fraquejo, mais uma vez, com o lápis na mão... Não consigo, a escuridão me assombra e a escrita vai perdendo a luz – não quero, mas não posso contra aquilo que não é meu. “Não deixa, não deixa você se perder de novo... Deixa, deixa sim! Pra que você se encontre na sua perda.” Perco-me no meu encontro, e assim vou. É com esse encontro que eu vou.

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