sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Às vezes provar de algumas insanidades é tão bom. É tão vivo.

Sabe aquela coisa de olhar no espelho e repetir mil vezes que você pode? Descobri, agorinha, que não dá certo se não for sincero. – Nesses momentos desesperadores em que nos agarramos àquilo que outrora nos parecia tão insano, sabe? E provar de certas insanidades é tão bom. – Mas e aí, perguntei pro coração: E aí, amigo, como faz pra remendar esses trapos velhos se nem eu me acredito mais? Diz aí como a gente vai viver sem o espelho do nosso lado? A falta de amor nos impõe certas loucuras, temores, dores. A falta de amor em nós mesmos, dessa busca incessante por um amor que já nos vive, mas dorme. Tal falta que nos convence de que devemos procurar nos outros o que já é nosso. Obriga-nos a nos apoiarmos em falsas muletas. E caímos. Vivemos caindo – e como é difícil levantar – porque bordar sonhos, construir palácios inteiros com areia... é mórbido. E nós não aprendemos. – Não aprendo nunca a me amar. –

Pensei em me dar um tempo, sabe. Dar um tempo longe de mim, dos meus castelos. Ser-me em pé – não fingir, apenas ir me deixando ser levado pela maré. Sem rascunhos ou arte-final, só ir vivendo sem pensar no que será depois que terminar. Nunca se sabe onde a maré vai te levar.

- Acordei cedo, terminei algumas coisas inacabadas, ouvi uma música que não ouvia há muito tempo, me atrevi a tentar cozinhar, dei banho no meu gato (me molhei todo), passei a tarde arrumando álbuns e relembrando, admirei o céu, formei desenhos com as nuvens, chupei um belo sorvete de morango com cobertura de chocolate, mais tarde vou apreciar um bom vinho admirando ainda mais a Lua. E tudo o que eu posso dizer sobre hoje é que: hoje eu me fui, hoje eu fui meu sem medo de me entregar a mim e me deixar levar pela maré, hoje eu me amei (sem espelho). –

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